O secret\u00e1rio da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, recebeu nessa ter\u00e7a-feira (10), um documento que apresenta propostas para incentivar a cria\u00e7\u00e3o de bicho-da-seda no Paran\u00e1 para os pr\u00f3ximos dez anos.<\/p>\n
O documento, elaborado pela C\u00e2mara T\u00e9cnica do Complexo da Seda do Estado do Paran\u00e1 (CTCS) e pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (CEDRAF), foi entregue pela presidente da Associa\u00e7\u00e3o Brasileira da Seda e diretora executiva da Fia\u00e7\u00e3o de Seda Bratac, Renata Amano, o coordenador de sericicultura da Emater, Oswaldo P\u00e1dua e a engenheira agr\u00f4noma do Departamento de Economia Rural da Seab, Gianna Maria Cirio, junto com o deputado Tiago Amaral.
\nNo documento, chamado de Programa de Desenvolvimento da Sericicultura Paranaense, est\u00e3o listadas diversas propostas para o avan\u00e7o da atividade no estado at\u00e9 2030, como o desenvolvimento de variedades de amoreiras, produ\u00e7\u00e3o de mudas, desenvolvimento de novas m\u00e1quinas e equipamentos para a produ\u00e7\u00e3o em larga escala, capacita\u00e7\u00e3o tecnica, inova\u00e7\u00e3o tecnol\u00f3gica e linha de financiamento.<\/p>\n
Renata Amano, diretora executiva da Bratac, afirmou a necessidade de evoluir em todas as \u00e1reas da sericicultura no Paran\u00e1, que hoje \u00e9 o maior produtor nacional de casulos de bicho-da-seda. Segundo ela, “esse \u00e9 o momento de atualizar esse profissionais do campo, aumentar a produtividade partindo do investimento em novas tecnologias, na especializa\u00e7\u00e3o dos produtores rurais. Mostrar que a produ\u00e7\u00e3o da seda \u00e9 rent\u00e1vel e fortalece a agroind\u00fastria nessa \u00e1rea”, afirmou.
\nProdu\u00e7\u00e3o – No Paran\u00e1 s\u00e3o mais de 2 mil fam\u00edlias trabalhando com a sericicultura, distribu\u00eddas em 187 cidades, totalizando 84% da produ\u00e7\u00e3o nacional. A atividade sustent\u00e1vel, sem uso de agrot\u00f3xicos, conquistou Jos\u00e9 Aparecido Macedo. Desde 2007, ele produz os casulos junto com o irm\u00e3o em uma propriedade de 5 alqueires, no Distrito de Marilu, em Iretama. A Bratac distribui as larvas para os sericicultores integrados que s\u00e3o criadas em barrac\u00f5es e se alimentam de folhas de amoreiras cultivadas nas propriedades. Ap\u00f3s 28 a 30 dias, \u00e9 a vez do produtor entregar \u00e0 Bratac as caixas com casulos. \u201cCada caixa d\u00e1 uma m\u00e9dia de 60 quilos. Cada quilo varia entre R$ 20 e R$ 23 reais\u201d, explica Jos\u00e9 que planeja aumentar o n\u00famero de barrac\u00f5es na propriedade para investir mais no bicho da seda. \u201cCompensa demais, n\u00e3o tem igual\u201d, afirma.<\/p>\n
Outra vantagem \u00e9 que a cultura do bicho-da-seda convive bem com outras atividades, desde que n\u00e3o usem inseticida. Na propriedade, Jos\u00e9 aumenta a remunera\u00e7\u00e3o da fam\u00edlia com a pecu\u00e1ria leiteira. H\u00e1 18 anos na atividade, a produtora Marilza da Silva deixou outras culuras para investir apenas no bicho da seda. \u201c\u00c9 uma atividade com remunera\u00e7\u00e3o mensal, com garantia de compra dos casulos\u201d, afirma. Segundo Marilza, s\u00e3o vendidas em m\u00e9dia 4 caixas por m\u00eas, garantindo cerca de R$ 4 mil \u00e0 fam\u00edlia.<\/p>\n
Oportunidade – De fibra leve e suave, o casulo \u00e9 o esconderijo descartado pelo inseto que se torna mat\u00e9ria-prima para a fabrica\u00e7\u00e3o da seda, um dos tecidos mais valorizados na ind\u00fastria da moda. O diferencial do fio paranaense \u00e9 sua elevada qualidade e por isso \u00e9 disputado pelas tecelagens mais exigentes do mundo, representando um volume de exporta\u00e7\u00f5es que supera US$ 30 milh\u00f5es por ano. No entanto, o volume de produ\u00e7\u00e3o atual \u00e9 insuficiente para suprir a demanda do mercado internacional, que busca cada vez mais os fios de seda brasileiros de alta qualidade. A Fia\u00e7\u00e3o de Seda Bratac, com sede em Londrina, \u00e9 a \u00fanica do hemisf\u00e9rio ocidental.<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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