Desde julho passado, a Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura da região de Londrina trabalha para acelerar o andamento de projetos considerados fundamentais para a expansão econômica do município. Nos cinco primeiros meses de atuação, o grupo se articulou para fazer avançar a duplicação da PR-445, a ampliação da pista do Aeroporto Governador José Richa e o Contorno Norte – obras elencadas como prioritárias pelo empresariado local, mas que demoram a sair da lista de promessas dos governantes.
A última reunião da comissão em 2017, realizada na sexta-feira, 8, foi encerrada com a garantia de que em janeiro de 2018 o governo estadual irá lançar o edital de licitação para a duplicação da PR-445 até o distrito de Irerê e com o compromisso de conclusão do projeto do último trecho do Contorno Norte ainda em dezembro. Para o aeroporto, a expectativa gira em torno da finalização de um projeto estrutural para que a obra de ampliação da pista seja licitada e do término do processo de desapropriação no entorno do terminal aeroportuário, que ainda deverá se estender por mais tempo.
A comissão foi criada por iniciativa do deputado estadual Tiago Amaral (PSB) e da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina) e conta com o apoio de entidades de classe como Ceal (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), SRP (Sociedade Rural do Paraná), Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil) e de empresários locais.
Para o presidente da Acil, Cláudio Tedeschi, os resultados obtidos com o trabalho da comissão mostram que os avanços vêm quando há organização e disciplina. “O grande norte da comissão é unir as forças vivas, é trabalhar alinhada tecnicamente para obter recursos públicos para viabilizar esses projetos. O Contorno Norte, por exemplo, estava defasado. Estavam lutando por uma coisa impossível porque aquele projeto antigo já não era mais um contorno”, avaliou.
Reunir tantas entidades em uma comissão foi importante para avaliar as diferentes demandas e definir as prioridades, já que as obras de infraestrutura não beneficiarão apenas Londrina, mas toda a macrorregião, o que deve facilitar a logística e viabilizar novas estratégias de mercado, segundo o superintendente do Grupo Folha, José Nicolás Mejía. “Precisava que as entidades e a sociedade como um todo, junto com o poder público, pudessem ter esse trabalho conjunto para ver quais são as prioridades para conseguir acelerar o desenvolvimento da região”, destacou. “A definição das prioridades também é importante para que se consiga cobrar o poder público para ver a viabilidade de cada uma dessas questões. Isso pode servir como um modelo do que pode ser feito realmente quando as lideranças públicas e privadas se unem para um objetivo comum.”
Mejía é um dos empresários que integram a comissão e ressalta que a preocupação com o crescimento da região vem desde a primeira edição do EncontrosFolha, evento realizado trimestralmente com o objetivo de incentivar a participação de lideranças no debate de temas relevantes para o desenvolvimento do Paraná. “É um trabalho que vem dando continuidade a tudo o que a Folha vem realizando pelo EncontrosFolha.”
“A partir do momento em que se definem as pautas, nos enquadramos na realidade do Brasil, que é carente de infraestrutura. Assim que a gente conseguir dizer ao poder público municipal, estadual e federal qual a obra mais importante, o governo vai tomar as iniciativas”, destacou o deputado Tiago Amaral.
A falta de convergência de opiniões, afirmou o parlamentar, é prejudicial para quem pretende investir na região. “O investidor depende da previsibilidade. O governo é desorganizado e se não conseguirmos impor ao poder público a necessidade de organização, com a força da sociedade e da classe política, a nossa expectativa de ter retorno com as obras diminui muito.”
Reportagem Local