Matéria publicada na Folha de Londrina
O superintendente da Regional Norte do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), Marco Aurélio Sguario, afirmou na sexta-feira (16) que a licitação para o projeto de duplicação da PR-445 deve ocorrer ainda neste ano. O órgão concluirá neste mês o termo de referência, que são todas as definições técnicas, e iniciará a contratação do estudo de viabilidade, que demora até 12 meses para ficar pronto. O anúncio foi feito na reunião da Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura de Londrina e Região, na SRP (Sociedade Rural do Paraná).
O valor estimado do projeto é de R$ 6 milhões, para um custo total da duplicação de cerca de R$ 300 milhões. O financiamento será feito por meio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), com trâmite mais simples e sem a necessidade de licitação, com carta convite para as obras. Os dois trechos que serão feitos somam 52 km, entre Irerê e Mauá da Serra.
Já está em andamento a duplicação de 15 km, entre o conjunto Jamile Dequech, em Londrina, e Tamarana, com previsão de conclusão em julho de 2020. O interesse é concluir o estudo até o fim do ano que vem para retomar a obra em um ou até nos dois trechos seguintes da PR-445.
Inicialmente, a reunião da comissão de infraestrutura, que reúne entidades civis e do setor produtivo para intermediar melhorias para a região de Londrina com o Poder Público, era para debater a possibilidade de dividir os custos para a contratação do projeto de duplicação. A ideia era reunir também empresas privadas e cooperativas que participassem de um fundo para financiar projetos.
Contudo, o superintendente regional do DER informou que o termo de referência para a duplicação da PR-445 está quase pronto. “Com essa informação do DER, o ponto que nos distanciava de obtermos o projeto não existe mais, porque nenhuma outra obra já conta com termo de referência”, disse o deputado estadual Tiago Amaral (PSB).
Será a primeira obra de infraestrutura iniciada pelo atual governo do Estado com financiamento do BID. Amaral afirmou que lideranças políticas e representantes da comissão se reunirão na próxima semana, em Curitiba, com o secretário de Estado da Infraestrutura, Sandro Alex, para entender se há necessidade de a sociedade civil pagar pelo projeto. Caso contrário, ele disse ser possível direcionar para outras necessidades da região. “Temos também o viaduto do [antigo clube] Grêmio, na BR-369, e a trincheira ou viaduto na BR-369, na Estrada da Esperança, em Cambé”, citou o parlamentar.
SOCIEDADE
O deputado estadual Tercilio Turini (PPS) afirmou que o governador Ratinho Junior (PSD) sugeriu que entidades da região se organizassem para acelerar as obras, por meio do financiamento privado de estudos de viabilidade, que são usados para as licitações. “O governador deixou claro que vai fazer a duplicação da PR-445, mas no tempo do governo. O que trazemos é a possibilidade de a sociedade antecipar o projeto, porque ele vai priorizar o que estiver mais fácil de concluir”, citou Turini.
Ratinho pretende lançar um banco de projetos executivos, com R$ 350 milhões para contratar estudos e usá-los para obter, mais facilmente, financiamentos em fontes nacionais e internacionais, informaram os deputados. Dentro desse programa, entretanto, Londrina e região disputariam recursos com o restante do Estado.
O deputado Cobra Repórter (PSD) lembrou que cooperativas da região Oeste do Paraná também têm viabilizado projetos para obras de infraestrutura, que garantam acesso mais facilitado ao Porto de Paranaguá. Por isso, Turini voltou a defender que a sociedade se organize para ter um fundo regional.
PRIORIDADE
Para o superintendente do DER, o importante é que o projeto esteja disponível até o fim de agosto. “Nossa ideia é formar uma força tarefa para que se concretize, porque o estudo demora até 12 meses e em julho de 2020 está marcado o término do primeiro trecho, que está em andamento”, disse Sguario. “Com o financiamento do BID, o processo é diferente do licitatório feito pelo Poder Público. É por carta convite, mais ágil”, completou, durante a reunião. Ele não deu mais detalhes, porém, porque disse que não poderia dar entrevista após a reunião por não estar autorizado pelo órgão.