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Reunião em Londrina amplia debate sobre segurança nas escolas

Fotografia mostra participantes da reunião sobre segurança nas escolas, organizada em Londrina pelo deputado estadual Tiago Amaral.

Iniciativa do deputado Tiago Amaral levantou pontos importantes na busca de soluções

Auditório lotado e uma discussão muito produtiva marcaram a reunião sobre como proteger as escolas, realizada nesta quarta (12/4), em Londrina. A iniciativa do deputado estadual Tiago Amaral (PSD), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná, teve a presença de prefeitos, vereadores, chefes de Núcleos Regionais, professores, diretores de escola e especialistas em segurança pública e educação.

Quatro comissões da Alep se uniram para promover o debate: Constituição e Justiça, Segurança Pública, Educação e Saúde. O encontro marcou o primeiro dia do projeto Assembleia Itinerante, que levou o Poder Legislativo estadual para o Parque Ney Braga, na Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina.

A grande motivação foram os ataques e as ameaças que aconteceram nos últimos dias em escolas de São Paulo, Santa Catarina, Amazonas e Goiás.

“É um assunto que tirou o sono da sociedade. Eu, como pai, sinto um desespero enorme em pensar como os pais estão reagindo. Essa é uma angústia da população como um todo”, define o deputado Tiago Amaral.

Medidas em primeira mão

A audiência pública trouxe em primeira mão medidas que o Governo do Estado anunciou nesta quinta-feira (13/4). O coronel Hudson Leôncio Teixeira, secretário de Segurança Pública do Paraná, explicou alguns pontos: “Nós já estávamos atentos, considerando o que ocorreu em outros estados e também nos Estados Unidos. A PM está empregando mais de 5 mil homens exclusivamente para esse tipo de ocorrência. São 1700 viaturas, 180 motocicletas e 4 aeronaves cuidando do policiamento em frente às escolas”. Segundo ele, a maioria dos casos é de comunicações falsas. Mesmo assim, todas as denúncias são verificadas pelas Polícias Civil e Militar.

O professor Anderfábio Oliveira dos Santos, diretor de Educação da Secretaria Estadual de Educação, representou o secretário Roni Miranda e também trouxe anúncios importantes:

“Estamos iniciando uma grande ação de formação para mais de 2 mil profissionais, sobre segurança avançada no ambiente escolar. E também contamos com os pais para nos apoiar junto aos estudantes, verificando as redes sociais deles, os materiais escolares”.

O major Felipe Serbena, comandante do Batalhão de Operações Especiais, explicou que o BOPE apoia o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC). Ele disse que o simulado com medidas preventivas, feito no Colégio Estadual Cívico-Militar Ermelino de Leão, em Curitiba, foi gravado. O vídeo, exibido em primeira mão na reunião em Londrina, fará parte da capacitação de segurança anunciada pelo professor Anderfábio para professores e funcionários de escolas.

Reforço total nas escolas

O comandante do Comando de Policiamento Especializado da Polícia Militar, tenente-coronel Adilson da Silva apresentou o protocolo de atitudes que devem ser tomadas nas escolas em caso de ataque. Ele deixou claro que o propósito é tranquilizar os paranaenses: “A Polícia Militar do Paraná, com suas unidades, trabalha juntamente com a Polícia Civil e todo o Governo do Estado. Estamos todos engajados para que as escolas, os alunos e os profissionais da educação estejam seguros”.

O coronel Anderson Puglia, comandante do Comando de Missões Especiais da Polícia Militar, reforçou que a Polícia Militar está preparada para agir:

“Vamos fazer um reforço total nas escolas, inclusive usando os policiais que estão em formação, junto com os antigos. Assim, vamos conseguir atender mais escolas, até que a situação se normalize e a gente consiga retomar a tranquilidade da população”.

A Guarda Municipal de Arapongas compartilhou uma medida tomada na cidade. O aplicativo de emergência “Escola Segura” foi criado para auxiliar diretores de escolas em situações de emergência e já está em funcionamento.

Problema profundo

O deputado Tiago Amaral, presidente da CCJ, destacou que é preciso tomar medidas emergenciais e, ao mesmo tempo, agir para prevenir novas ocorrências: “Nós sabemos que o problema é muito mais profundo do que a gente colocar grades e erguer muros nas escolas”.

Além do deputado Tiago Amaral, que organizou a reunião sobre segurança nas escolas, estiveram presentes os deputados Ademar Traiano (PSD), presidente da Assembleia; Alexandre Curi (PSD), primeiro-secretário da Casa; Cloara Pinheiro (PSD), Do Carmo (UB), Márcia Huçulak (PSD), Pedro Paulo Bazana (PSD), Alisson Wandscheer (SD) e Samuel Dantas (SD).

Entre os participantes da reunião, o prefeito de Cambé, Conrado Scheller, falou sobre os desafios para os gestores das cidades lidarem com a questão: “A realidade do município é diferente, porque as crianças são muito pequenas nas escolas municipais. Por isso, é importante blindar nossas escolas”.

O secretário de Segurança Pública de Mandaguaçu, Alessandro Mansano, contou que, desde a semana passada, a cidade conseguiu colocar segurança privada nas escolas públicas, tanto municipais quanto estaduais, e articulou o apoio da PM às escolas particulares. Para ele, o debate realizado na ExpoLondrina foi uma demonstração do quanto a união é importante:

“Juntos, somos mais fortes. Este evento está sendo de grande valia para essa causa e, nesse sentido, para tranquilizar pais e mães”.

O vice-prefeito de Astorga, Giovani Conti, concordou: “Como é algo muito novo, a gente está procurando informações. Essa iniciativa da Assembleia Itinerante, por meio do deputado Tiago Amaral, vai nos ajudar a ser assertivos nas ações”.

“Cuidar da causa e não só do efeito”

Lidar com as preocupações das famílias tem sido o ponto mais difícil, segundo o professor Reinaldo Gonçalves, diretor do Colégio Estadual Doutor Lauro Portugal Tavares, de Rolândia: “A sociedade carece de informações objetivas. Então, o trabalho que foi feito hoje aqui e toda essa visão de segurança nos dá um norte, para que a gente leve isso para a comunidade escolar”.

Já a secretária de Educação de Sertanópolis, Graziela Fernanda Alves, acredita que é preciso ir além das medidas de curto prazo: “Nós precisamos também trabalhar com a questão de cuidar dos alunos. Cuidar da causa e não só do efeito. Então, com certeza, essa reunião foi fundamental”.

O prefeito Emerson Toledo Pires, de Cambira, entende que a discussão vai ajudar na tomada de medidas nos municípios: “É uma preocupação que todos os gestores estamos tendo neste momento difícil. Nós temos que trazer a tranquilidade para nossas famílias. A escola tem que ser um lugar alegre para as crianças”.

“A responsabilidade está em cada um de nós”

A educadora Márcia Yumi Kobayashi, que dirige uma escola particular de Londrina e atua há quase 40 anos na área, destacou o quanto é importante o apoio às famílias: “O problema está naquele aluno doente, que não tem os pais presentes, que cuidam, que dão limites. Não é a escola, o Poder Público e nem a Polícia que vão checar o que a criança está vendo no computador. A reflexão maior tem que ser sobre o que nós, enquanto pais, estamos fazendo pelos nossos filhos. Eu creio que a responsabilidade está, sobretudo, em cada um de nós”.

A promotora Susana Lacerda, responsável em Londrina pelas Promotorias da Saúde e da Educação, ressaltou o valor da iniciativa do deputado Tiago Amaral em discutir o assunto com os diversos segmentos da sociedade. A representante do Ministério Público apresentou um levantamento demonstrando que há poucos psiquiatras e psicólogos na rede pública especializados em atendimento a crianças e adolescentes. Para ela, “não adianta a identificação dos problemas na escola se a saúde não estiver pronta para receber essa demanda. É dever do Poder Público oferecer o que a família não pôde fazer”. E complementou:  “A escola tem que ser reconhecida primordialmente como um local de acolhimento. Para que a gente evite novas situações de ataques, é preciso dar atenção à saúde mental”.

Paz para todos

No encerramento, o deputado Tiago Amaral frisou que o nível do debate foi tão alto, a ponto de a reunião sobre segurança nas escolas terminar após o horário programado: “É uma situação difícil e complexa. Os pais buscam respostas e os gestores têm que tomar decisões. Portanto, o que está em nossas mãos fazer agora, vamos fazer. É essa reação e é o plano de prevenção. E é fundamental o trabalho de inteligência feito pela Polícia Civil. Tenho certeza de que vamos conseguir nos aprofundar e ir além. O grande objetivo, acima de tudo, é que nossas famílias tenham tranquilidade para mandar suas crianças para a escola. E que elas possam estudar e construir o presente e o futuro com paz para todos”.

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